O Domingo de Páscoa

17 de abril de 2022

O Domingo da Páscoa da Ressurreição constitui uma ressonância da Vigília pascal, centro de todo o Ano Litúrgico.

A partir da Ressurreição de Cristo, a terra transformou-se em céu, pois a pessoa humana, mesmo neste mundo, pode viver em Deus (cf. 2ª leit., Cl 3,1-4). A Páscoa é a festa da vida; da vida de Cristo e da vida nova dos cristãos. Na mensagem da Páscoa podemos realçar três aspectos:

Primeiro: O sepulcro vazio. Maria Madalena vai ao sepulcro de madrugada e vê que a pedra fora retirada do sepulcro (cf. Ev., Jo 20,1-9). Desde que a pedra foi retirada do sepulcro de Jesus, a terra produziu o seu fruto, a vida brotou da terra; todo sepulcro transformou-se em lugar de esperança, de vida.

Segundo: Os gestos de amor. Jesus dá-se a conhecer ressuscitado sobretudo lá onde se realizam gestos concretos de amor, de serviço ao corpo de Cristo. Basta pensarmos nas mulheres que vão ao sepulcro com aromas para ungir Jesus (cf. Mc 16,1). Lembremos Maria Madalena e a outra Maria. Ao raiar do sol do primeiro dia, vão ver o sepulcro (cf. Mt 28,1). João chegou antes, mas, em deferência a Pedro, mais velho, espera por ele. João, o discípulo amado, vê os sinais e acredita. O amor é que faz reconhecer a Jesus Cristo no mistério pascal. O mesmo podemos perceber no evangelho dos discípulos de Emaús, proclamado na Missa vespertina do Domingo da Páscoa (cf. 24,13-35). Jesus dá-se a conhecer na fração do pão.

Terceiro: O testemunho do Cristo ressuscitado. Maria Madalena toma-se a primeira mensageira do sepulcro vazio e do Cristo ressuscitado. Os discípulos de Emaús voltam a Jerusalém, anunciando que Cristo ressuscitou. Os discípulos que experimentaram o convívio de Cristo desde o batismo no Jordão, como Pedro e João, encontraram o sepulcro vazio e tornaram-se testemunhas do Cristo ressuscitado: “E nós somos testemunhas de tudo o que ele fez na região dos judeus e em Jerusalém: Deus o ressuscitou ao terceiro dia, e fez que se manifestasse a testemunha. E nos ordenou que anunciássemos ao Povo e atestássemos ser ele o juiz dos vivos e dos mortos estabelecido por Deus (cf. 1ª leit., Atos 10,34a.37-43).

Portanto, faz-se Páscoa, surge a vida, onde as pedras são retiradas dos sepulcros, onde se vive a caridade no serviço do próximo. Estes são os sinais de que Jesus Cristo continua ressuscitando hoje. Eles anunciam a sua ressurreição e suscitam nova vida, pois retiram todas as barreiras que atentam contra a vida.

“Viver o Ano Litúrgico”, textos de Frei Alberto Beckhäuser, Editora Vozes.

Fonte: https://franciscanos.org.br/vidacrista/especiais/a-semana-santa/#gsc.tab=0

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